domingo, 28 de dezembro de 2008

Happy Birthday?


Maybe the next year... But thank you to trying.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

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Vazio
[Do lat. vacivu.]
Adjetivo.

1.
Que não contém nada, ou só contém ar:
lata vazia.

2.
Entornado, despejado.
3.
Desocupado; despovoado, desabitado:
região vazia.

4.
Frívolo, vão, fútil:
pessoa vazia.

5.
Falto ou destituído de inteligência:
cabeça vazia; pensamentos vazios.

6.
P. ext. Falto, destituído, desprovido:
Vazios [os artigos], e sempre! de significação, de conceito que os relacione com alguma realidade autônoma de sua materialidade, formal e funcional.” (Jesus Belo Galvão, Palavra e Estrutura, p. 33.)
~ V. categoria —a, conjunto —, denúncia —a e maré —a.

Substantivo masculino.

7.
V. vácuo (2).
8.
Filos. Espaço concebido como um receptáculo plenamente desocupado, com ou sem limites. ~ V. vazios.


Alguém me dá um dicionário psicológico?

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

São tudo pequenas coisas...

Estava sentada. Nua. Quase nua. Não fosse pela blusa vermelha, ironicamente vestida para o natal, e pela calcinha verde. As longas pernas se cruzavam sobre a cadeira na varanda. Um cigarro de cereja queimava entre seus dedos e, na outra mão, um copo de vinho. De morango. Seu preferido.
Sozinha. Natal. Cigarro. Bebida. Vento e tempo de chuva. O céu estava vermelho, em plena 23 e 53 da noite. Alguns raios iluminavam o céu e alguns trovões se atreviam a deixar seu som ecoar por todos os poucos cômodos do apartamento, que estava totalmente aberto. Janelas e portas completamente escancarados. Apenas estava fechada a porta de entrada do apartamento. No mais, absolutamente tudo aberto. Inclusive a porta que ficava atrás dela. De vidro. Calor. Vento.
Alguns fogos de artifício ao longe misturavam-se com os raios enquanto ela dava uma longa tragada em seu cigarro. Embora a maioria dele queimasse ainda entre seus dedos, era só pra variar. Na verdade, era uma forma de diversão. Afinal, o que mais fazer nesse natal se não beber e mudar a rotina? Mesmo que a rotina permanecesse. Algumas ligações não atendidas e torpedos não lidos. Apenas estava só, sem preocupar-se com muito mais do que a chuva que logo chegaria. Descruzou as pernas e as cruzou ao inverso. Largou o cigarro no cinzeiro, apagando-o e bebeu mais um gole de seu vinho, terminando o que havia na taça.

Respirou fundo e procurou seu celular sobre a mesa que estava ao seu lado, deixando o copo sobre a mesma. Mudou para 23 e 59 naquele minuto. Ela sorriu para si mesma, sarcástica. Ouviu o barulho da fechadura e passos. Largou o celular e virou o pescoço até onde alcançava. Acompanhou-o com os olhos até ele se sentar na cadeira que estava ao seu lado. Esticou sua mão e entrelaçou seus dedos aos dela. Fogos e risadas ao longe. Vozes. Meia-noite. Ela inclinou-se sobre ele, que a olhava com um sorriso nos lábios. Deu-lhe um longo selinho estalado e, sem descolar os lábios, com a voz baixa e rouca desejou-lhe um Feliz Natal.
Chuva e um latido.
Quem sabe?


E não é que milagres natalinos acontecem? Até mesmo ao Grinch. Um pouco afeminado, convenhamos.

Feliz Natal!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Finally?

Encostada na parede, com uma das pernas dobradas e um de seus pés apoiados na mesma; ela estava lá. Esperando. Paciente. Olhando. Procurando. Com medo. Sede. As mãos tremiam e os dedos já não estralavam mais. Sete e cinqüenta e dois bateu no relógio e um frio subiu pela espinha. Abriu a bolsa e olhou o presente dentro dela, com seu papel amassando todo, pela segunda vez. Embora fizesse sol e calor, suas mãos estavam frias e seus lábios partidos e vermelhos, cobertos por uma camada fina de brilho labial. As bochechas rosadas pelo sol do dia anterior, assim como seu decote marcado exatamente no corte da outra blusa que vestira.
Suas mãos procuraram pelo celular novamente no bolso de trás da calça enquanto seus olhos passeavam por entre as pessoas que andavam pelas ruas. Todos podiam sê-lo, assim como nenhum podia. A cada passo nos pés de alguém, era ele que ela via. De todos os perfumes que sentia em cada um, sabia que o melhor seria o dele, mesmo que nunca o tivesse sentido. Seus olhos passaram pelo celular que marcava sete e cinqüenta e oito. Frio na barriga dessa vez.
Os olhos saíram das ruas e puseram-se em seus pés. Na verdade, no nada, mas na direção deles. Imaginou-o ali junto dela, chegando ao pé de seu ouvido e sussurrando bem baixo algo que ela provavelmente não entenderia por causa do nervosismo que a tomaria. Seus olhos encheram-se de lágrimas e um sorriso brotou em seu rosto. Finalmente, pensava ela.
Esperou. Observou. Olhou. Paciente. Procurou.
Alguns passavam pela porta no sentido de entrada ou de saída, e todos a olhavam como quem tinha curiosidade. Quase chegava a ouvi-los perguntando e responderia com um sorriso no rosto, se fosse o caso. Mais uma vez seus dedos entrelaçaram-se, porém, dessa vez, eles estralaram; e ela suspirou.
Novamente esperou. Diferentemente do relógio, que parecia apressar cada vez mais os seus ponteiros, e os minutos pareciam milésimos de segundos. Oito e trinta e cinco. Os lábios e a boca ficaram secos. Os olhos desatentos e já não mais procurando. Dentre todos, nenhum podia e ninguém foi. Nem ao menos ao longe seus olhos o alcançaram e recusaram-se a deixar que as lágrimas se fizessem presentes. Caminhou lentamente na esperança de que seguraria o tempo assim. Procurou novamente. Busca perdida. Em nenhum rosto ele se achou. Nenhum dos lábios eram os seus. Os passos eram de outros pés e os perfumes eram de outros frascos.
Viu novamente o presente voltando pra casa com o papel amassado. Viu-se novamente indo embora sem o seu finalmente. E gritou. Porém ninguém pôde ouvi-la!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Ecos

O cigarro queimava entre seus dedos. Sua mão permanecia imóvel sobre a mesa, apoiada no cinzeiro, onde caíam as cinzas do cigarro que fumava a si mesmo. Suas pernas balançavam lentamente enquanto ele olhava pela janela e via o sol se pondo daquela tarde tão triste de outubro. Uma lágrima insistia em permanecer em seus olhos, mesmo quando a outra mão a limpava, ela voltava e, assim, escorria por sua bochecha rosada morrendo em seus lábios esbranquiçados e secos.
Ele sabia que se acostumaria com a calmaria em algum tempo, mas era o começo e o fato de não haver mais ela o assombrava. A casa parecia maior e o cheio dela ainda estava em todos os cantos, entre as páginas de um livro velho, na maçaneta da porta e, principalmente nos lençóis da cama que ele ainda não havia conseguido tirar. Não queria esquecer seu rosto, não queria almoçar, jantar e tomar café da manhã, sozinho. As mãos dela ainda estavam em seu corpo, nas portas, nos talheres e em qualquer outro mínimo detalhe. Se pudesse deixaria tudo intocado, talvez, assim, seu rosto não fosse esquecido com o tempo e, se as portas permanecem fechadas, talvez o cheiro dela continuasse ali, intacto.
Virou o cigarro entre seus dedos e o apertou no fundo do cinzeiro, apagando-o. Encostou-se na cadeira e mais uma lagrima escorreu pelo seu rosto. Entrelaçou e estralou os dedos, respirando fundo e tentando esquecer que suas tardes ainda seriam dessa maneira por um longo tempo.
Talvez a melhor maneira de superar, não fosse não tocar e sim guardar como uma lembrança boa. Ele levantou-se da cadeira e limpou a última lágrima que escorria pelo seu rosto. Algumas caixas no fundo do quintal foram levadas pra dentro, deixadas sobre a cama. O lençol e as fronhas foram postas dentro de uma das caixas, junto com roupas, brincos, pulseiras e a tornozeleira que ela tanto gostava. Cinco ou seis caixas saíram do quaro cheias, deixando para trás apenas um porta retratos, o da primeira vez que se viram. Estava tão radiante. Ele deu uma última olhadela no quadro e, por alguns instantes, com ele entre as mãos; pensou em levá-lo junto aos outros pertences. Desistiu, porém; pois não queria que o rosto dela se apagasse de sua memória.
Já havia um mês e estava na hora de libertar-se. Deixou as caixas sobre a cama e pegou as chaves do carro que ficavam sempre sobre o criado-mudo. Dirigiu sem rumo por alguns minutos. As ruas estavam estranhamente vazias pra um final de tarde de sexta-feira. Uma esquina, um semáforo. Alguém acena e sorri, um rosto desconhecido e esquecido na memória, mas com aceno retribuído, só não o sorriso. Finalmente o azul do mar se fez presente em sua retina.
Estacionou o carro na orla, tirou os sapatos em seu carro, descendo dele com os pés descalços que de destacavam na negritude da rua. Pegou o maço de cigarro e trancou a porta do carro. A luz do sol começava a deixar o céu alaranjado e o mar não muito diferente. Essa era uma das suas coisas preferidas: ver o pôr do sol, nada o acalmava mais ou o fazia esquecer das coisas como aquela imagem. Tão livre. A água do mar finalmente tocou seus pés cheios de areia, chegando até os joelhos. Seus olhos se fecharam por um instante, o vento batia em sua face trazendo o cheiro do mar. Tirou a foto dela de seu bolso e contemplou-a por segundos que seriam guardados pra eternidade. A foto escorregou de seus dedos e foi levada pelo vento, até cair na imensidão azul. Era esse o seu adeus.
Caminhou até onde as ondas não o alcançariam e sentou-se. Tirou um cigarro do maço e colocou entre seus lábios, procurando o isqueiro que, aparentemente, não estava em seu bolso. Uma mão se estendeu a sua frente segurando um isqueiro cor-de-rosa. Acendeu o cigarro com um longo trago e seus olhos subiram pela mão, braço, ombro, até chegar ao rosto, que trazia um largo sorriso. Ele sorriu e deixou sua vida se iluminar novamente.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Sem fim

"Eu não sei por onde começar...", pensava ela enquanto permanecia sentada com suas lembranças embaralhadas e confusas. Tanta coisa na cabeça, tanta saudade das coisas que nunca viu e tanto desejo de sentir de novo o que nunca sentiu, aquilo tudo que apenas cogitou, sentia saudades de cogitar novamente sem que lhe trouxesse aquela dor que há duas semanas estava em seu coração, que apenas se acomodou, não passou.
"Que tal começar com 'Era uma vez'? Ah, não... Clichê demais e... bem, não faz meu estilo. Mas não vejo começo melhor para aquele dia se não esse..." Começou!
Estava sol e tudo parecia perfeitamente encaixado, como se nada pudesse sair errado ou diferente daquilo que se havia imaginado. O sol estava no céu, o coração batia forte e, por mais barulho que houvesse, nada podia abafar o som de suas palpitações que pareciam mais fortes a cada minuto. Ninguém diria que não seria como ela imaginou, ninguém discordaria de que daria certo, pois nada lhe podia tirar aquilo. Era tudo tão palpável e, num segundo, tudo desmoronou como uma pirâmide de cartas assolada pelo vento.
Ironicamente o sol resolveu se esconder, dando lugar à chuva. Num momento tão sorridente, no outro as lágrimas se misturavam com as gotas de chuva que batiam em seu rosto. Sim, ela estava andando debaixo da chuva, tentando entender porque a única coisa pela qual implorou, não lhe foi dada. Ninguém tinha o direito, mas lhe tiraram, e nada parecia ter sentido. Seus propósitos iam por água abaixo, quase que literalmente; e suas pernas pareciam não sustentar o seu corpo. Seu estômago num nó, a boca seca sem saliva e as mãos geladas como um cubo de gelo, assim como o coração. Era como se ele tivesse parado de bater ao receber seu pombo correio, e ela não o sente mais bater com tanta virtude como outrora.
"É uma pena que nem todo 'era uma vez' termine com 'felizes para sempre'. Não pra mim."

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Everybory loves a clown

O espetáculo começaria só às sete da noite e ainda faltava uma hora para sair de casa, porém, Clarisse já estava pronta. Colocara seu vestido preferido: o roxo; e aquela noite, sem dúvida alguma, seria inesquecível. O céu já estava escuro e as estrelas pareciam brilhar mais do que o normal. A brisa era fresca e tocava os fios negros da garota, esvoaçando-o.
Seria a última noite do circo na cidade e estava prometido à Clarisse que seria o dia mais feliz de sua infância, mas alguém lhe tirou essa promessa quando, entre risos e sorrisos, brincadeiras e conversas; seu braço foi tocado e lhe foi feita outra promessa por alguém com o rosto coberto de tinta, um nariz vermelho e um sorriso amigável no rosto; mas que carregava nos olhos e na alma os piores sentimentos. Era alguém que levava alegria às pessoas, porém, nessa noite, tiraria a felicidade, os sonhos e a ingenuidade de uma criança.
Ele não foi devidamente procurado e não pagou pelo que fez. Simplesmente fugiu, levando consigo a alegria de Clarisse, a bela garota do vestido roxo que um dia sorriu, brincou, teve sonhos, planos e que hoje não fala, não sente, não demonstra e não sorri. Ela ainda está em seu quarto, com os olhos fixos em um ponto qualquer, perdida em algum pensamento, revivendo sua lembrança mais triste. Perguntando-se “por quê?”, deixando o terror transparecer na luz apagada de seus olhos e, por vezes, derramando lágrimas de seus olhos castanhos, que morrem nos lábios que um dia foram capazes de sorrir.
Naquela noite, Clarisse foi roubada e incompleta voltou para casa.



;*


sábado, 16 de agosto de 2008

So long and goodnight...

Seu coração batia tão rápido e forte que qualquer pessoa que passasse ao seu lado naquele momento poderia ouvi-lo, andava tão rapidamente que esvoaçaria o cabelo de qualquer um que estivesse no caminho, e mais rápido ainda passou pela porta do hospital. Meia hora atrás estava deitado em seu sofá, mudando incessantemente os canais da TV enquanto tomava um grande copo de suco de maçã. O celular vibrou no bolso e ele atendeu. Seus dedos no controle remoto não se mexiam e o copo de suco foi parar no chão, derramando o mesmo.
Agora, porém, não havia mais calmaria e ele acabara de passar, quase correndo, por aquelas portas. As lágrimas lhe escorriam no rosto e ele não via nada se não a imagem dela em sua mente, a preocupação tomava conta de seu coração. O medo, a tristeza... Queria que não fosse verdade, não podia ser. Justo naquele dia? Enxugou o rosto, mas as lágrimas não queriam cessar, persistiam em deixar seu rosto molhado, seu coração, que só batia por ela, agora tinha medo de que seu motivo se fosse.
O quarto onde a puseram, como todos os outros, era frio e sem vida. Até aquele momento, já havia enxugado suas lágrimas inúmeras vezes. Sentou-se numa cadeira ao lado de sua cama e colocou suas mãos machucadas entre as dele. Seus lábios estavam levemente cortados, e havia um curativo em sua testa com uma mancha vermelha. Não estava, aparentemente, machucada, porém, a forte pancada na cabeça havia a deixado em coma. Profundo. Quem imaginaria aquele acidente? Ele queria tê-la não deixado sair, porém num dia tão comum como todos os outros... Quem imaginaria?
Era sábado e ela havia saído de casa antes que ele acordasse, por isso, a maçã verde de todas as manhãs de sábado, foi esquecida e já era uma da tarde. Mesmo assim, levantou-se e beijou delicadamente sua mão. Olhou-a por alguns instantes e viu o quão linda era. Seus olhos e suas lágrimas imploravam para que ela não se fosse, pra que cumprisse sua promessa e ficasse com ele pra sempre, porém nada se ouvia além do som do aparelho que a mantinha viva. Deu mais um beijo em sua mão e saiu do quarto.
Alguns minutos depois, ele voltou e trazia nas mãos uma maçã verde. Sentou-se novamente ao seu lado e forçou um sorriso, mesmo com o rosto coberto por lágrimas, como se ela pudesse vê-lo. Pegou suas mãos e colocou a maçã entre as duas. ‘Eu amo você’ foi o que ele disse, em seguida os batimentos cardíacos já não eram avisados pelas máquinas, só ouviu-se um ‘apito’ sem fim, que trouxe junto um grito de piedade.




Música:
Holding my last breath
Safe inside myself
Are all my thoughts of you
Sweet raptured light
It ends here tonight

Evanescence - My Last Breath


Eu voltei. ;*

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Nem tão triste assim...

Era novamente sexta-feira, era novamente frio, era novamente uma noite só. Só, porém não triste. Estava sentada no sofá quase que com as costas, de tão pra frente que estava seu quadril. Foi escorregando no sofá até o ponto extremo que suas pernas agüentariam segurá-la daquela maneira. Mantinha um braço sobre a barriga, o outro escorado no braço do sofá e seus dedos batiam aleatoriamente no mesmo. Há dias que a imagem do homem daquela sexta-feira estava na sua cabeça, presente em sua lembrança. Quanto tempo já fazia? Um mês? Dois? Mais? Não sabia ao certo. Depois de sair daquele bar, apagou muita coisa de sua memória e queimou, literalmente, as roupas que havia usado àquela noite. Aquilo já não a atormentaria mais não fossem algumas ligações e recados na secretária eletrônica. Queria deixar tudo aquilo que viu pra trás, de uma vez por todas.
Felizmente, já não fazia tanta diferença; a não ser por aqueles olhos. Azuis, tão profundos; aquelas pupilas dilatadas que pôde vê-las se retrair ao olhá-lo. Os cabelos castanhos bagunçados que invadiam sua testa e aquelas mãos brancas, aparentemente gélidas por causa do copo de conhaque que segurava. Não tirava essa imagem de sua cabeça. Por mais que tentasse, era inútil. Se tivesse ao menos um telefone...
Arrumou sua franja atrás da orelha com a mesma mão delicada da outra noite, só que as unhas, dessa vez, estavam pintadas de roxo; quase violeta, o que fazia a pele de sua mão parecer mais rosada. Escorregou mais um pouco no sofá e suas pernas não puderam agüentar, o que a fez cair no chão e soltar uma gargalhada alta que ecoou pelo vazio frio de sua casa, por entre as caixas da mudança que estavam espalhadas há uma semana, pegando poeira. Sentou-se no chão com os joelhos dobrados, passando os braços em volta das pernas; e encostou-se no sofá. O brilho de alguma coisa entre aquelas caixas alcançou seus olhos, que ficaram apertados na hora, forçando a vista pra poder enxergar o que era aquilo. Azul. O scarpin, o mesmo daquela noite. Um arrepio subiu pela espinha, o sorriso se desfez em seu rosto e o coração foi parar na boca. Quase pôde sentir suas pupilas dilatarem e abraçou mais forte suas pernas. Seus olhos passearam por toda a sala e a casa pareceu maior e ao mesmo tempo menor, como se não estivesse mais sozinha.
Levantou-se rapidamente e foi em direção quarto, passando pelos scarpins e chutando-os delicadamente mais pro meio das caixas. Despiu-se no caminho do banheiro e tomou um longo banho quente. Vestiu uma calça jeans e procurou incessantemente por uma blusa azul no tom do scarpin; quando estava quase se arrependendo amargamente por ter queimado a antiga blusa, achou, no fundo da gaveta, algo que era suficientemente azul. Abriu um largo sorriso e vestiu-a defronte ao espelho. Gostou do que viu. Colocou cachecol, pegou carteira, bolsa, desligou o celular e jogou-o na cama; passou por entre as caixas e vestiu o scarpin.
Não demorou muito e estava abrindo a porta do bar, do mesmo jeito de outrora: quase duas da manhã, cabelos bagunçados pelo vento, saltos batendo no chão, porém com borboletas no estômago que sairiam voando pela boca a qualquer momento.
O bar não estava tão cheio, pelo frio talvez. Arrumou o cabelo e sentou-se no balcão, no mesmo banco da última sexta-feira. A mesa ‘dele’ era ocupada apenas pelas marcas de copo e uma camada de poeira. Ela respirou profundamente, encolheu os ombros e balançou a cabeça, sentindo como se toda a sua esperança caísse no chão, abrindo um buraco enorme que a puxava para dentro. Pediu um conhaque e bebeu quase tudo num gole só e não demorou a pedir outro. A noite tinha ficado incrivelmente mais fria e, embora quisesse ir embora, não conseguia. Sabia que a única coisa que a esperava era solidão. Rapidamente olhou pra seus sapatos azuis e sentiu a presença de alguém se aproximar e sentar-se no banco ao lado. O pedido era um Martíni.
Riu sozinha e novamente balançou a cabeça, terminando o último gole de seu conhaque. Arrumou a franja atrás da orelha e deixou algum dinheiro sobre o balcão. Virou-se no próprio branco, em busca de um lado livre pra sair e cruzou seu olhar com o da pessoa que havia sentado ao seu lado. O sorriso voltou a seus lábios quando viu aqueles imensos olhos azuis de antes, com os fios de cabelo caídos sobre a testa. Ele devia ser o cara dos olhos mais lindos do mundo que já segurou um Martíni nas mãos...




Palavra de hoje:
Martíni: Substantivo masculino. 1.Coquetel feito com vermute seco e gim, servido gelado e com uma azeitona verde.

Caso não haja entendimento: A mais triste

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Plágio (de novo)

Cansei, de novo. De acordar todos os dias na mesma hora pra fazer algo que é voluntário, porém que é minha obrigação. Cansei de ainda não ter aprendido o francês que tanto queria e meu inglês estar ficando cada vez melhor; deixe-me esclarecer, não cansei do meu inglês ficar melhor, mas do fato de não ter aprendido francês porque ele está ficando melhor, entendeu? Cansei de dizer coisas que sempre levantam questões, pois, na maioria das vezes, tem sentido ambíguo. Cansei de cometer os mesmos erros de outrora e alguns novos, dos quais me arrependo e não posso voltar atrás, de não ter mais tempo e a corda já estar quase me enforcando, um pouco mais apertada a cada dia que passa. Cansei da minha falta de criatividade pra escrever num blog que antes eu escrevia quase que diariamente. Cansei de não ter inúmeros leitores elevando o meu ego e me fazendo querer escrever mais. Cansei de querer escrever mais e mais ainda da idéia nunca sair realmente da minha cabeça, ficar apenas nela, martelando, martelando, até ser esquecida. Cansei de não rever os velhos amigos e não tê-los pra rever. Cansei de ser tão anti-social e mal humorada, de gostar de matemática e não conseguir mais ler um livro até o final. Odiei o fato da Unicamp ser junto da UFPR (isso foi um desabafo). Cansei de ter medo de arrancar meu outro dente do siso e do fato de ele estar doendo cada dia mais. Cansei das mesmas músicas que sempre tocam e das três mil e poucas que tenho no meu computador. Cansei de as pessoas acharem que tenho de ser um modelo de perfeição, mesmo com todos os erros que cometo não poder ser perdoada, cansei de ser humana e errar, pois “errar é humano”, mas ninguém enxerga isso na hora de me cobrar ou apontar-me o dedo. Ah, cansei de novo das pessoas que são patriotas só em COPA do mundo, quero só ver 2014. Cansei dos mesmos programas da TV, principalmente os de domingo, que apelam pra uma emoção barata causando, na verdade, o ridículo (isso é só a opinião de uma garota de 17 anos, não leve em consideração). Cansei de não ter uma biblioteca particular, com todos os livros que preciso e os que quero ler, embora não esteja lendo nada até o fim ultimamente, bem queria. Cansei de ainda não ter completado a minha coleção de livros do Marcelo Rubens Paiva, faltam só dois (Ua: Brari e Blecaute), alguém se habilita a me dar de presente? Dia 28 de dezembro está ai. Cansei de não ter um verme se quer pra ouvir os meus comentários sobre qualquer coisa durante as aulas de cursinho e de fazer cursinho. De existir listas de espera sendo que nem todos serão chamados. Pra quê? Pra causar uma esperança hipócrita de que você pode entrar na faculdade e depois dar de cara no chão quando todas as sete chamadas foram feitas e seu nome não estava entre elas? Fiquei mais feliz quando não vi meu nome entre os aprovados do que na lista de espera. Cansei de “ser vilipendiado, incompreendido e descartado. Quem diz que me entende, nunca quis saber...”. Cansei de escrever sobre as coisas que cansei.



Música:
She is not a drama queen
She doesn't wanna feel this way
Only 17 and tired, yeah... ♪

Beatiful Disaster - Jon Mclaughlin


Eu volto. ;*

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Again


Eu só tenho mais meia hora, no máximo, pra escrever. As janelas do MSN estão piscando porque as pessoas não param de falar comigo, não que eu queira que elas parem, de forma alguma, isso até me inspira, sabe? Apesar de o barulhinho ser irritante e das janelas subindo me travarem quase sempre, isso é muito interessante, mostra o quanto elas gostam de falar comigo... Certo? Plim!
Minha mãe está ouvindo rádio na cozinha, uma bela música com um fundo musical composto por violinos... Ah, isso é tão nostálgico. Lembro-me de quando eu queria aprender violino, perdi a minha vaga, enfim... Até hoje não sei. E acho que estou desaprendendo algo: escrever. Não o ato de escrever, claro que não, mas pelo fato de eu não saber mais organizar as palavras como antes, elas parecem tão particulares, como se fossem gazes nobres que não fazem ligação porque são estáveis. Mesmo que elas fossem hidrogênios, que precisam apenas de uma ligação; seria melhor, eu me sentiria melhor.
Perdi a prática, perdi o jeito, as idéias, os finais, a inspiração. Minhas histórias tem começo, começo, começo... Dificilmente um meio e um final. Há tempos não leio algo até o fim. Não quero voltar a escrever como antes, pois sei que não consigo. Quero fazer melhor, e eu acho que consigo.
Breve desabafo pré-aula. Algo que, provavelmente, poucos lerão, ou ninguém. Não importa, o importante é minha vontade.
Vou "reaprender".


Au revoir e, prometo, até amanhã. ;*

terça-feira, 24 de junho de 2008

Untitled

"Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia..."

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Insone

Era, exatamente, cinco e quinze da manhã quando ela olhou no relógio. Revirou-se na cama, ajeitou o travesseiro e colocou a mão por baixo do mesmo. Respirou fundo e fechou os olhos... Dois minutos depois, virou-se novamente. Deitou de barriga pra cima, isso era sinal de que demoraria ainda algum tempo pra dormir. Colocou uma mão embaixo da cabeça e outra sobre a barriga.
Prestava atenção no tic-tac do relógio e pensava em tudo, absolutamente tudo. Riu sozinha dela mesma perdida em seus pensamentos e por ser tão tola a ponto de não estar conseguindo dormir e sem um pingo de sono. Lembrou-se de como foi o dia e se deu conta de que estava com fome; não havia jantado.
Ouviu um ranger de cama no quarto ao lado e teve esperança de que fosse alguém levantando. Levantou-se e foi até lá pra ver, doce ilusão, apenas tinham se revirado, como ela mesma havia feito há seis minutos atrás. Desapontou-se com a sua falta de sorte. Estava elétrica e mais acordada que nunca; queria conversar, contar sobre seu dia, sobre suas teorias, histórias, queria escrever, ler e dançar, cantar, gritar e pular. Queria tudo e ao mesmo tempo apenas dormir.
Na volta pro quarto seu estômago roncou e sentiu aquele vazio de fome, porém, a preguiça era grande demais pra comer algo naquele horário, sem contar o fato de que não gostava de dormir de estômago cheio, mas, dirigiu-se para a cozinha. Abriu a geladeira e parou pra pensar, como sempre fazia: abria a geladeira pra pensar. Olhava, olhava, sempre ciente de que não havia nada lá além do que realmente tinha, porém abria como se tivesse esperança de que algo fosse, milagrosamente, aparecer. Pensou um pouco diante da velha e pobre geladeira branca e pegou apenas uma garrafinha d’água. Bebeu metade da água que tinha nela e depois a guardou.
Na volta pro quarto parou no meio da sala e olhou pra TV, sentiu um tanto de medo, não fazia tempo que tinha assistido “O Chamado” e pensou bobagem; perguntou-se então se queria assistir algo, mas decidiu que não, Scrubs já tinha acabado, e provavelmente pegaria um programa qualquer pela metade.
Era silêncio demais pra uma pessoa só. Olhou pela janela, que era iluminada pela luz da lua e teve vontade de ir lá fora ver como estava o céu. Quis estar no alto de uma colina, deitava sobre um lençol vendo o sol nascer depois de uma das mais longas madrugadas que já teve; quis sentir o friozinho da neblina ao invés de estar no meio da sala, apenas imaginando essas coisas...
Em passos leves, pra que ninguém acordasse, foi para o quarto e deitou-se na cama devagar pra que ela não fizesse muito barulho. De barriga para cima. Olhou a sombra que o móbile fazia no teto e achou engraçado, até acendeu o celular e fez um bichinho na parede com a luz dele. Já era cinco e trinta e quatro e nada de dormir. Desejou que sua mãe a deixasse dormir até tarde.
Arrumou o travesseiro e colocou as mãos sobre sua barriga. Olhou pro relógio e ouviu seu tic-tac misturando-se com o silêncio, sorriu, pois o barulho do relógio não a incomodava mais. Um ônibus, o primeiro de muitos naquele dia, passou na rua e quebrou o silêncio.
Bocejou, deitou-se de lado e sorriu, imaginando como descreveria aqueles intermináveis vinte e seis minutos. Dormiu!


Música:
Sempre precisei de um pouco de atenção...♪

Legião Urbana {} - Teatro dos Vampiros


Au revoir. =*

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

A mais triste

Já fazia quase uma hora e meia que eu estava sentado naquela cadeira, junto apenas com uma mesa e um tanto de solidão. Fazia frio demais e nem o terceiro copo de conhaque tinha me aquecido ainda. O bar estava praticamente vazio pra uma noite de sexta feira, mas creio que era por conta do frio congelante que fazia na rua; as mesas estavam quase todas vazias, apenas quatro ou cinco delas estava ocupada, por casais, isso não me incluía, pois, como disse, estava sozinho.
Quase terminava o terceiro conhaque quando a porta do bar se abriu, exatamente às duas da manhã; era uma mulher. Ela vestia uma blusa de lã azul que, provavelmente, tinha sido feita à mão, um casaco preto por cima, que era até fino demais pro frio que fazia. Um cachecol também preto e calça jeans. A calça era justa e desenhava suas longas pernas perfeitamente até chegar em seu scarpin azul, quase do mesmo tom de sua blusa.
Apesar da música que tocava, pude ouvir o salto de seus sapatos batendo no chão quando ela foi até o balcão e sentou-se cruzando as pernas. Minha vontade de ir embora havia passado e, se estivesse menos frio, eu o teria esquecido. Seu cabelo era castanho escuro e ondulado, estava um tanto bagunçado devido ao vento que fazia lá fora, mas arrumou-o logo que se sentou. Sua pele era branquinha e parecia macia, suas bochechas estavam rosadas, assim como seus lábios, que aparentavam estar sem batom algum.
Bebi um gole do meu quarto copo de conhaque que já estava chegando ao final e a olhei novamente quando pediu um Martini e baixou o olhar para seus dedos, que, aleatoriamente, batiam no balcão. Percebi uma imensa delicadeza em suas mãos quando arrumou a franja atrás da orelha e pegou o Martini. Quis, por um instante, ser aquela taça quando ela levou até seus lábios rosados e levemente partidos pelo frio.
Senti minhas bochechas corarem e fiquei envergonhado por um momento. Baixei minha cabeça e ri comigo mesmo, tomando então o último gole do meu conhaque. Não pedi outro, não precisava mais, a presença dela havia esquentado um pouco o ambiente.
Olhei-a novamente e meus olhos encontraram os dela. Ela olhava pra mim. Aqueles olhos castanhos e profundos agora não estavam mais olhando pro nada, eles se encontravam e se refletiam nos meus. Meu coração pulsou mais forte, como nunca havia acontecido antes e eu não conseguia desviar meu olhar do dela. Percebi então que não era um olhar feliz ou de interesse, mas sim de solidão. Aqueles olhos transbordavam imensa solidão, era vago e triste como se lhe faltasse algo. Senti toda aquela solidão pousar sobre mim e a noite ficou mais fria que antes.
Eles gritavam pedindo socorro por algo, pra alguém; mas ninguém ouvia, ninguém lhe dava atenção. Seus olhos brilharam e uma lágrima nasceu. Ela desviou os olhos dos meus e baixou a cabeça, sua franja caiu em seus olhos e, rapidamente, antes que as lágrimas chegassem em seus lábios, limpou o rosto com aquelas mãos delicadas e macias, arrumando a franja atrás da orelha novamente.
Não voltou a olhar pra mim, apenas tomou um último gole de seu Martini e pagou-o, deixando uma gorjeta para o garçom; colocou sua bolsa novamente em seu ombro e levantou-se. Passou os olhos pelo bar quase vazio, parou seus olhos em mim e respirou fundo, como se quisesse dizer algo, como se suplicasse ajuda, porém não o fez, baixou a cabeça e saiu, deixando para trás apenas o eco do salto de seus sapatos. Pedi outro conhaque ao garçom. Sua imagem não saía da minha cabeça, seus olhos tristes deixaram em mim uma tristeza, uma paixão, nunca acharia olhos tão sinceros e tristes em outro lugar. Ela deve ser a garota mais triste do mundo que já segurou um Martini nas mãos...



Música:

A menina mais triste do mundo
com um copo de bebida na mão
não conhece ninguem ao seu lado
ela não precisa
disso não...♪

O Sol Faz Bem Pra Mim - Patrões

Bisous. ;*

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Desencontro


O telefone tocou exatamente sete vezes antes que ela o tirasse do gancho e o levasse até sua orelha. Estava colocando sua calça jeans e quase derrubou o telefone quando ouviu a outra voz do outro lado da linha. Naquele instante sua boca ficou seca, a calça escorregou pelas pernas e as mãos tremiam como nunca havia acontecido antes. Teve que segurar o telefone com as duas mãos. Apenas pelo “Alô” ela sabia quem era, mas custava acreditar. Não podia ser, já tinha três meses e... era quase impossível.
Custou a conseguir chegar ao sofá, sentiu como se fosse desabar no choro, como se o seu corpo fosse desmontar caso desse um passo sequer. Estava pálida, com o coração na boca e borboletas no estômago. Sentiu ânsia, alegria e vontade de se esconder. Não conseguia emitir som algum, a voz do outro lado a deixava assustada e feliz. Deixava-a sem fala, sem reação, queria saber como estava, porque estava e como aconteceu, mas as palavras lhe fugiam e nada saia de sua boca. Pegou um pedaço qualquer de papel que havia sobre a estante e uma caneta. Suas mãos tremiam demais e a caneta quase foi parar no chão. Ouviu e anotou endereço e horário, em seguida apenas o vácuo do telefone desligado.
Permaneceu imóvel no sofá, estava em choque. Seu corpo não respondia aos comandos, era impossível levantar sem cair naquele momento. Sentiu frio e um arrepio na espinha. Passou os braços em volta da cintura e abraçou a si própria, como se isso fosse aliviar o que estava sentindo, porém, sabia que não era daquele abraço que precisava, era do abraço dele, pra saber que estava bem, pra saber que aquilo não era um... sonho? Será? Até ontem ele estava morto e agora... Balançou a cabeça e novamente olhou pro endereço no papel e para o telefone pendurado pelo fio. Olhou pela janela e viu as gotas de chuva que caiam lá fora. Suspirou. Finalmente levantou-se e vestiu sua calça.
Não faltava muito tempo até o horário combinado e sabia que teria que fazer o possível pra chegar na hora certa. Arrumou o cabelo e colocou uma blusa qualquer. Olhou pro relógio e já tinha chego à hora. Pegou as chaves do carro e saiu.
Pensou em um milhão de coisas e perguntas enquanto dirigia. Suas mãos tremiam e suavam no volante, seus olhos ficaram marejados por um instante e, exatamente quando abaixou pra enxugar suas lágrimas o semáforo ficou vermelho. Um grito foi solto no ar e em seguida a explosão. Suas perguntas se perderam em meio as ferragens do carro e, certamente, não chegariam até ele.



Música:

How long, how long will I slide
Separate my side, I don't
I don't believe it's bad
Slittin' my throat
It's all I ever...♪

Red Hot Chili Peppers - Otherside


Caso não haja entendimento:
Maçã Verde
Doce Novembro



=*

sábado, 12 de janeiro de 2008

Daqui pra eternidade. ♥

Certa vez, em algum lugar, li que temos que escrever sobre o que sabemos, que não adianta escrevermos sobre amor ou coisas banais se nunca as vivemos.
Só tenho 17 anos, mas já vivi coisas até que razoáveis, no entanto, escolhi algo especial, que me torna uma pessoa melhor, que me ajuda a superar aquilo que me traz medo, que sabe a hora certa de dizer as palavras certas e a hora certa de ficar sem dizer nada: amigas.
Dia desses me senti a pessoa mais egoísta do mundo por não procurar aquelas pessoas que tanto me ajudaram durante o ano passado todinho e não dar o valor suficiente pelo simples fato de não passarmos mais tanto tempo juntas quanto antes. Me senti egoísta por não dar valor às pessoas que tentam me fazer sorrir constantemente, mesmo que por meio de um computador.
O ano de 2007 foi, sem dúvida alguma, maravilhoso. Tive ao meu lado as melhores pessoas; simplesmente incríveis. As melhores brigas foi com elas que tive, as melhores risadas, besteiras, bilhetes em sala de aula, chamadas de atenção, furto de cartazes, manias, pedido de desculpas... As lágrimas mais sinceras que derramei foram elas que enxugaram e os melhores abraços foram elas que me deram.
Esse post é dedicado à cinco pessoas, infelizmente uma delas nunca me abraçou, nunca me olhou nos olhos e nunca enxugou uma lágrima minha, mas só o fato de saber que ela está na minha vida, já faz dela um pouquinho mais bonita.
Bruna, Kaira, Luiza, Molan e Nannyh, o ano de 2007 e esse post, dedico inteiramente a vocês, que desde quando estão em minha vida a fizeram melhor, que me fizeram rir quando não podia e chorar quando era pra eu estar feliz. Queria vocês aqui, pra enxugarem meu rosto enquanto escrevo, queria vocês aqui pra me abraçarem no dia do ano novo e no natal, queria vocês aqui pra ouvirem as minhas besteiras e teorias idiotas que não tenho pra quem contar, queria vocês aqui pra eu ficar brava e depois dizer que só queria mesmo discutir com alguém, queria vocês aqui pra dizer, olhando nos olhos de cada uma, o quão importante são na minha vida e o quanto eu amo vocês. Em um/dois anos de convivência, vocês foram as melhores companhias que tive, são pessoas que me fazem feliz só de ouvir a voz ao telefone, pessoas que fazem com que eu me sinta inteligente e interessante. Não trocaria vocês cinco por nada e agradeço imensamente pela amizade que me dedicaram em 2007, e espero a mesma amizade esteja presente em 2008, 2009, 2010...



Daqui pra eternidade...