domingo, 18 de novembro de 2007

Um mal necessário.


É exatamente 21:59 agora, e eu estou aqui. Quebrada – claro que não literalmente, mas imagine alguém com o máximo de cansado mental e corporal que uma pessoa pode sentir. Imaginou? Pois bem, essa sou eu. Já tem, no mínimo, umas duas horas e meia, pra mais, que eu cheguei em casa, porém, vamos voltar ao ontem.
Ontem: desde o início do dia as borboletas estavam alvoroçadas no meu estômago, sem contar, é claro, que estão assim desde segunda-feira, porém, só vou falar de ontem porque foi o pior dia. Ah, sábado a noite, em casa, obviamente sem poder sair, afinal de contas no dia seguinte – hoje – faria a prova da Unicamp; mofando, sem absolutamente nada pra fazer e, o que é pior: sozinha.
A tarde foi meio tranqüilo, sai pra comprar umas coisas, comi esfirra (como se escreve ‘esfirra’ da maneira certa?!), assisti um filme muito bom e recomendável: Bairro 13; realmente muito bom. A noite a coisa chegou ao ponto máximo. Minha mãe saiu, minha prima também, MSN estava me estressando, ninguém muito interessante pra conversar, humor péssimo, vontade de rir, chorar, espernear, desistir e N outras vontades que ficaram apenas no plano das idéias. Recebi uma ligação ontem que, juntando-se aos votos do sábado me alegraram bastante, porém, minhas borboletas continuaram – isso se não ficaram pior, afinal, era gente demais botando fé em mim.
Oh, Deus, porque eu tenho o dom da ansiedade?!
Pois bem, hora de dormir e dizer adeus no MSN: “Boa sorte”, “Vai dar tudo certo amanhã, fica tranqüila”, “Você é inteligente, vai se dar bem”, e, a melhor de todas: “Você não precisa que eu lhe deseje sorte, você pode tudo”.
Fui dormir. Dormir?! Imagina, queria eu ter conseguido dormir quando deitei, fiquei, no mínimo, mais uma hora acordada me revirando na cama, e durante a noite as coisas não foram diferentes. Tudo incomodava, me revirava toda hora, sonhos esdrúxulos com amanhã – hoje –, medo, e tudo aquilo que uma pessoa tão ou mais ansiosa que eu passa em uma noite de véspera.
Hoje: Oito da manhã toca meu celular despertando. Revirei-me (Pois, como diria o Chicão: O pronome possessivo átono não pode vir anteposto ao verbo. Heil Chicão. Sem dúvida alguma, sentirei saudades. Claro, isso SE eu passar) um pouco na cama e, como já era de se esperar, percebi que não havia dormido nada bem. Levantei, fui pro banheiro fazer meu xixi matinal, fiz todo aquele procedimento depois que se acorda, no intuito de sair, ao acabar fui rumo ao Beco.
Sim, havia um ônibus no Beco esperando o povo que foi pra Unicamp hoje. A Luiza e o Lucas chegaram, ficamos batendo papo e, pro meu desespero, em determinado momento alguém perguntou ‘A Van do Junior já foi?’, e a resposta mais indesejada foi ‘Já, já saiu’; meus olhos arregalaram na hora, minha boca secou e eu virei com os olhos ainda arregalados pra moça que havia respondido ‘COMO ASSIM O JUNIOR JÁ FOI?’, ‘Ele já foi, vocês vão num ônibus que ta vindo com o pessoal da Barra’. Cara, juro que quase tive um treco.
Algum tempo depois o ônibus chegou e fomos. O garoto ao meu lado, eu não conhecia, e se trocamos meia dúzia de palavras na ida pra Bauru foi muito, porém, tudo aquilo que eu e ele juntos não falamos, falou o Adevaldo em sua ‘mini-palestra’ de como fazer a redação, como responder às perguntas e vários outros conselhos, inclusive sobre o tema que cairia na redação – e que estava certo.
Ao chegar em Bauru fomos ao Graal e depois pra ITE. Na ITE procurei minha sala e, ansiosamente, esperei o horário de prova.
Tic-tac, tic-tac...
Após longas quatro horas de prova, eu acabei – na verdade ainda faltavam quatro minutos pra chegar a quatro horas. Fiz uma narração em primeira pessoa; acho que me convenci de que sou boa nisso e resolvi colocar em prática. Estava crente de que havia acertado as duas questões inteiras de matemática, o que foi por água abaixo no ônibus. Em meio a todos os comentários sobre a prova, justamente quando eu me envolvo na conversa, falam de uma das questões de matemática, e, por falta de atenção, errei algo absurdamente fácil; o bom é que fio apenas metade de uma questão. No caminho de volta o povo estava todo alvoroçado, falando da prova, conferindo questões e eu tentando desviar minha atenção pra uma coisa lá no alto do céu: uma nuvem. Tentava desesperadamente ver o que aquela nuvem formava, mas não achei nada além de alguns rostos sem seus corpos.
Finalmente, Jaú. Sabe, fico feliz que essa sensação de dragões borboletando em meu estômago (como diria minha irmã) passou logo que a prova estava em mãos. Comi quase todas as minhas barras de chocolate, principalmente a de chocolate branco, que, sem dúvida alguma, é muito bom. Mas, como ia dizendo, finalmente em Jaú. Acabo meu post por aqui, às 22:38, morrendo de cansaço, sono e, sem dúvida alguma, esperando por uma longa e deliciosa noite de sono e descanso.



Au revoir e good luck pra mim. ;D



PS: Devido ao meu cansaço, esse post, sem sombra de dúvida, está nu e cru, sem passar por nenhuma correção.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Inutilidade útil.

Duas leves batidas com o dedo indicador e o médio são dadas no microfone; este faz um barulho parecido com chiado e que não é suficientemente alto para ser ouvido por todos.
- Ei, isso ainda funciona? – pergunta um dos neurônios.
- Não sei não, há tempos não usamos. Vai saber. Deve ter fundido ou coisa parecida. – responde o neurônio ao lado.
- Ah, mas se mais alguns ajudassem talvez voltássemos a funcionar, não acha? Afinal, uma hora a gente vai ter que se juntar e fazer com que nosso porta-voz funcione, mais precisamente, daqui quase duas semanas.
- Ah, é verdade... Então... Como você sugere isso? Os outros estão todos meio ocupados com outras preocupações. Uns cuidam dos trabalhos, outros da TPM e, outros ainda, não querem nem saber de nada.
– enquanto fala encosta em uma prateleira de idéias começadas que foram jogadas de lado a cada tentativa de bom uso.
- Não sei, não sei. Geralmente é você quem pensa sobre isso, fala ai gênio! Eu só estou aqui a seu comando.
- Pô, ajuda também, né?! Ou você acha que se eu tivesse uma idéia tão brilhante eu estaria aqui sem fazer nada há mais de uma semana?
- Ta bom, ta bom... Não se estressa, já basta ela com mau humor, é o suficiente.
– o neurônio gira o fio do microfone em seu dedo indicador até que ele enrole por completo e em seguida faz o movimento contrário; faz isso várias vezes enquanto conversa com seu companheiro.
- Bom, ela está escrevendo, isso já é um começo. Preocupada com a recuperação e mais outros trabalhos, porém está escrevendo. Ah, ela escreve sobre nós. – arregala os olhos num ato de descrença e desencosta da prateleira.
- Ta vendo, você fez algo. Não que nós não sejamos um bom ‘tema’, mas é algo. Se não estivéssemos tendo essa conversa maluca que, no momento, é puro fruto de sua imaginação, nada teria sido feito. Fizemos um bom trabalho! – passa a mão pelos ombros do companheiro e sorri com satisfação enquanto se encaminha para junto dos outros, deixando o microfone de lado.
- Somos uma bela dupla!
Depois que termina de escrever, a garota solta um belo sorriso e balança a cabeça num sinal negativo como se nem ela mesma acreditasse na viagem. Levanta-se da cadeira e vai para a mesa, colocar seus neurônios para funcionarem em seu trabalho de geografia.



- Palavra de hoje:
Incapaz: adj 1 Que não é capaz, que não tem capacidade.(...)

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