
Sozinha. Natal. Cigarro. Bebida. Vento e tempo de chuva. O céu estava vermelho, em plena 23 e 53 da noite. Alguns raios iluminavam o céu e alguns trovões se atreviam a deixar seu som ecoar por todos os poucos cômodos do apartamento, que estava totalmente aberto. Janelas e portas completamente escancarados. Apenas estava fechada a porta de entrada do apartamento. No mais, absolutamente tudo aberto. Inclusive a porta que ficava atrás dela. De vidro. Calor. Vento.
Alguns fogos de artifício ao longe misturavam-se com os raios enquanto ela dava uma longa tragada em seu cigarro. Embora a maioria dele queimasse ainda entre seus dedos, era só pra variar. Na verdade, era uma forma de diversão. Afinal, o que mais fazer nesse natal se não beber e mudar a rotina? Mesmo que a rotina permanecesse. Algumas ligações não atendidas e torpedos não lidos. Apenas estava só, sem preocupar-se com muito mais do que a chuva que logo chegaria. Descruzou as pernas e as cruzou ao inverso. Largou o cigarro no cinzeiro, apagando-o e bebeu mais um gole de seu vinho, terminando o que havia na taça.
Respirou fundo e procurou seu celular sobre a mesa que estava ao seu lado, deixando o copo sobre a mesma. Mudou para 23 e 59 naquele minuto. Ela sorriu para si mesma, sarcástica. Ouviu o barulho da fechadura e passos. Largou o

Chuva e um latido. Quem sabe?
E não é que milagres natalinos acontecem? Até mesmo ao Grinch. Um pouco afeminado, convenhamos.
Feliz Natal!
Nenhum comentário:
Postar um comentário