quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Doce Novembro.


Era uma manhã de novembro. Geralmente já nessa época do ano é calor, mas especialmente naquela manhã o ar estava fresco e o céu meio nublado. As nuvens cinzas cobriam praticamente todo o céu. Era difícil ver o azul e o sol, porém esse se sobressaia entre elas me iluminando com fracos raios. Parecia que ele me seguia enquanto eu corria.
Eram seis e meia da manhã. Não havia dormido. Não consegui, estava em estado de choque desde aquela notícia que haviam me dado no dia anterior. O telefone tocou, atendi. Veio o choque. Não consegui impedir, tinha falado com ele ao telefone durante a tarde e parecia tudo bem. Não impedi e nem derrubei uma lágrima sequer ao ouvir a notícia.
Levantei-me da cama e fiquei sentada alguns minutos, com os braços abraçando meu joelho, pendia o corpo para frente e para trás. Os olhos arregalados. Uma voz ecoava na minha cabeça, uma promessa. Eu falhei. Levantei-me da cama e me troquei. Um tênis, calça de ginástica e camiseta. Fui até o banheiro e lavei meu rosto. Enquanto a água da torneira escorria observei meu rosto, meus olhos, em especial. Algo neles não me permitia chorar. Naquela manhã eles estavam verdes. Eu falhei. Arrumei meus cabelos e sai. Fui correr.
O movimento já começava na avenida, mas pouco, era cedo. Segunda-feira. Havia algo de estranho. O mundo sabia e tinha acordado triste. Até mesmo o sol, que fazia questão de iluminar só a mim enquanto eu corria.
O vento fazia-se como uma brisa, uma leve brisa, mas que podia ser sentida amaciando minha pele, como se eu fosse uma flor que quando tocada pela brisa derruba a sua única gota de orvalho que sobrara da neblina da madrugada.
Tentei não pensar em nada, porém a cena que se formava em meus olhos era mais forte. Corria... Tentava desfazer a imagem, esquecer. Falhei. Não deu tempo, eu não sabia. Ele estava bem. Falhei. O meu passo fez-se mais rápido, podia ouvir meus pés tocando no chão. Era como um terremoto quando eles o tocavam. Senti um leve pingo de suor escorrendo do meu pescoço até a espinha. Falhei.
Meu coração acelerava cada vez mais a cada passo. A respiração começou a ficar ofegante. As poucas pessoas que estavam na rua... Eu podia vê-las. As via em uma imagem embaçada.
Comecei a imaginar como ele teria se sentido naquele momento da vida dele que, obviamente, seria único. Pensei se ele havia me culpado por eu não estar lá. Não, ele não me culpou. Ele disse que seria inevitável. Por quê? Eu falhei. Ele se foi.
Surgiu uma lágrima em meus olhos que escorreu pela minha face até morrer em meus lábios. Era esse o meu adeus... Adeus!



Música:

Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho.
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz.
Mas não me diga isso.
Hoje a tristeza não é passageira
Hoje fiquei com febre a tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela parecerá uma lágrima... ♪



Via Láctea - Legião Urbana.


- Palavra de hoje:
Permitir: vtd Dar permissão ou licença para.

=*
PS: Para entender esse, tavez, só lendo o anterior!

2 comentários:

Anônimo disse...

A única coisa que tenho a dizer você já sabe, eu nunca te deixo esquecer. Você é perfeita, e eu te amo. *-*~~

Um dia vou conseguir usar as palavras no jeito fantástico que você as usa. Um dia vamos escrever um livro sobre o tédio do orkut juntas, que cê acha ? *o*
AHUAUHHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAA,

TE AMOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! *-*

Donα Morαngo* disse...

O nó na minha garganta não me permite emitir som audível pra eu encontrar palavras suficientemente boas, que expressem o aperto em meu coração ao ler os dois juntos.

u,u

O dia de hoje realmente colaborou pra q essa leitura tivesse proporções drásticas: chorei.

Hoje não estou em condições de amar muito, mas tento.
;*