terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Do not disturb...

Esquisita sempre foi o primeiro adjetivo atribuído a mim. Depois melhoravam. Alguns me achavam bonitinha. Às vezes ouvia algum maluca. Anti-social. Nerd. Mas o que eu mais ouvia, eram risadas. Risadas daqueles pobres coitados que hoje estão abaixo dos meus pés. Literalmente.
O primeiro foi Joey. Ele era o mais insuportável e idiota de todos. Uma daquelas pessoas que não merecem pisar na terra. Ele merecia virar grama, e eu tenho certeza de que fiz um favor a sociedade quando o matei. Não o via há anos, desde o colégio. Desde aquela última vez que ele apontou o dedo na minha cara e riu de mim. Não preciso entrar em detalhes sobre o porquê dele ter rido. Era um motivo babaca. Babaca como ele. E a última vez que o vi, o idiota me passou uma cantada barata. Obviamente ele não sabia quem era eu e o quanto esperei pra encontrá-lo. Eu não tinha planejado, na verdade. Nunca tinha pensado que faria tal coisa, mas sempre fui tão vazia. E quando eu ouvi as palavras saindo de sua boca, daquele jeito que só ele saberia falar e com a língua presa, não tive dúvidas de quem era. Sabe, as pessoas evoluem. Pessoas mudam. Eu mudei. Não nego que era um tanto quanto estranha no colégio, mas desde quando isso é motivo para que babacas como Joey simplesmente se aproveitem disso para fazer graça sobre o meu caráter? Foi engraçado, porque quando eu perguntei se ele tinha um último desejo, ele riu. Achou que era uma brincadeira. Ao menos ele morreu sorrindo, não?
Você deve estar se perguntando como o matei. Na verdade, foi algo demorado, e creio que ele tenha morrido de dor, ou de tanto sangrar. Pois quando eu achei que tinha acabado e ia fazer o meu grande final, ele já não respirava mais. Fraco, morreu durante a tortura. Só me arrependo de tê-lo amordaçado. Eu devia ter ouvido os gritos de dor antes de acabar com ele, ou a cada corte.
Mas, enfim... Quem veio depois foi Cassey. Sim, isso é irônico, o nome de ambos terminam com as mesmas letras. Eles eram namorados no colégio, e não teve um garoto com quem ela não foi pra cama. E não pense você que isso é ciúmes ou inveja, isso é simplesmente nojo. Ela me dava asco, me fazia querer vomitar. O tipo de garota que não prestava nem pra ter peitos ao invés de cérebro. Essa eu fiz questão de ir atrás. Não quis esperar que o destino me levasse até ela. Embora não tivesse quase seios, foram a primeira coisa que tirei dela. Me arrepio enquanto conto pra você, porque a vadia achou que eu tinha algum fetiche estranho. Ela fazia programas com homens, mulheres, só casais... Achou que eu era só mais uma cliente. De que vale ser bonita e não ter um cérebro? É dessa maneira que uma mulher assim acaba: como uma prostituta morta de 29 anos.
Não, errou. Eu sou um ano mais nova que ela.
Depois vieram mais alguns... Mathew, Audrey e Lucas. Não tenho arrependimento por nada, por nem uma gota de sangue sequer. Nenhum deles pensou duas vezes antes de nada do que falaram.
Façamos um acordo. Um quarto escuro. Uma cadeira. Sem janelas. Só uma porta. Uma porta sempre fechada. Está com fome. Ouve ruídos mas não tem idéia de onde vêm. Os olhos não notam um sinal de luz. A porta se abre. A luz entra. Uma corrente de ar. E se fecha. Um corpo. À sua direita ou à sua esquerda. Não olhe pros lados. Mais um ruído. Um perfume bom que chega às suas narinas. Um suspiro. E então uma faca passa rapidamente pelo pescoço. Esse é seu fim.
Não diga uma palavra!

2 comentários:

Beltrami disse...

/medo

-n disse...

Vai escrever um livro? Se for eu compro. .-.